cansaço na gravidez

O desleixo, aquele bicho!

12:00

Antes de engravidar sempre acreditei piamente que nunca me iria desleixar, aliás, se em 29 anos isso nunca tinha acontecido, não era uma gravidez que o iria alterar...


Yeah, right!

Pois mas ninguém me disse como se pode enjoar até às entranhas nos primeiros quatro meses, nem como se consegue ter sono a toda a hora como se já não dormisse há 15 dias. Eu cheguei a dormir 12h seguidas, várias vezes! Os primeiros quatro meses foram sem dúvida um verdadeiro desafio, de sono, enjoos, fome, desejos, cansaço e nervosismo/ansiedade. Um turbilhão tal que dei por mim no sofá 3 dias seguidos sem sequer arranjar o cabelo, ou olhar-me ao espelho. Acho que congelei e entrei em modo automático, até os banhos eram à gato, um "shlap shlap" bem rápido com o cabelo amanhado (exacto, lavar o cabelo, para quê?!). Até que ao quarto dia o meu marido me "acordou" e me perguntou o que se passava comigo. A sério, eu só queria dormir, acordava para comer qualquer coisa, enjoava quando começava a cheirar-me a outra coisa qualquer,e era um cansaço tal que acabava por me ir sentar no sofá a rezar que o marido chegasse a casa para me ajudar a alimentar-me decentemente. Eu cheguei a enjoar as minhas coisas favoritas! Lembro-me uma vez do marido chegar a casa todo sorridente com uns scones quentinhos super apetitosos, os meus favoritos, olhei para eles e fui vomitar. Aliás, facto é que até hoje não os consigo comer. Acreditam?

Voltando ao desleixo. Sim, ADOREI cada minuto da gravidez, adorei exibir a barriga (não, não andava com ela de fora estejam descansadas) e adorei, sobretudo, ter a Maria a mexer cá dentro. O que é que não adorei? Precisamente a preguiça constante de mexer cada músculo do meu corpo. Confesso que a energia só voltou lá para os 5 meses e picos de gravidez, altura em que até aproveitei para viajar (não sabendo quando é que isso voltaria a acontecer de futuro) e andei bastante a pé e tudo, parecia eu que estava noutro corpo que não aquele preguiçoso dos últimos tempos! Mas até aqui chegar foram 5 meses de pijamas, noites a Nausefe, que para quem não sabe é uma medicação MILAGROSA para os enjoos que tem como efeito secundário por-nos a dormir, mas do género em menos de 10 min, aliás, cheguei a não acabar conversas com o meu marido, ele dava por mim já eu estava virada pro lado a babar. Tem um efeito, diria, tipo Atarax. 


Eu lia imenso sobre a importância do exercício físico na gravidez, li imensos relatos de mães super enérgicas que praticavam 10 exercícios semanais, desde o yoga para grávidas, à ginástica pré-parto. Fui inclusivamente experimentar duas ou três aulas no Centro de Pré e Pós parto (Entrecampos - Lisboa, uns queridos) mas eu não tinha  mesmo aquela energia que era necessária para seguir com isto à risca, e como não estava a ganhar kg que nem uma louca, confesso que também não me preocupei por ai além com o peso (lá está, desleixo). Mas devia, porque a realidade pós-parto é bem diferente, mesmo para quem se porta bem durante a gravidez e engorda pouco mais do que os "normais" 12 a 13 kg. 

Se quero engravidar novamente? Sim, muito! Mas assusta-me esta perspectiva, agora num cenário em que não posso dormir 12h seguidas ou ficar a vegetar no sofá, existe uma Maria a precisar de mim a todo o momento. Será que não há duas gravidezes iguais? Digam-me a vossa experiência! 

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1 comentários

  1. Não há duas gravidezes iguais , nem filhos iguais . Tenho 2 rapazes e foram sempre muito diferentes desde a minha barriga :)

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