Quando as minhas amigas me perguntavam se eu já andava nervosa e com medo do parto, e eu respondia que "nem por isso", ficavam boquiabertas. Sempre disse que me assustava mais a amamentação (principalmente porque passei a gravidez quase toda com o peito dorido) do que o parto em si. E... "meu dito meu certo".
Mas vamos ao parto!
Sempre tive muita confiança na minha médica, ela é um ser humano muito especial, que me passou total confiança para a hora H e sempre me tranquilizou para esse processo. Logo desde inicio, e também por ser seguida num hospital particular (e haver sempre o mito de que os médicos nos "empurram" para as cesarianas para lhes compensar mais monetariamente), sempre enfatizei a minha preferência por um parto normal ao invés de cesariana (claro está, a não ser que alguma coisa corresse mal e tivesse de ser), e saber que a médica defendia esse método também, deixou-me mais tranquila porque sabia que ia lutar comigo até ao fim, mesmo que a dilatação demorasse horas... e assim foi!
Na consulta das 39 semanas, já eu andava mega ansiosa para ter a Maria cá fora e super cansada da gravidez, já estava inchada e pesadota, eis que a médica ao fazer o toque me diz "já está com dilatação, quer ficar já cá internada ou vai para casa esperar pelas contracções e por mais um bocadinho de dilatação?" e eu comecei a rir de nervos lol juntamente com o meu marido, fomos mesmo surpreendidos! Só me lembro de perguntar: "como assim?". E lá decidi vir para casa, com calma esperar que a natureza fizesse o que tinha a fazer, sem saber eu que iria ser beeeem demorado! Para além do toque normal ela fez outro um pouco doloroso, para ver se acelerava um bocadinho o processo.
Chegando a casa o resto da tarde foi com contracções, nada de muito seguido, algo doloroso sim, mas aguentei ainda até ao dia seguinte de manhã. Tínhamos combinado, caso não entrasse de trabalho de parto mais cedo, que às 09h da manhã do dia seguinte daria entrada para o internamento. E assim foi, estávamos lá às 09h super felizes, e aí sim, comecei a ficar nervosa...
Dei entrada na chamada "sala de dilatação" às 10h e a partir daí foi um pulinho até me ligarem ao CTG, começarem com os "toques", mas como a dilatação tinha estagnado a meio da tarde nos 4 dedos, tive de ter uma pequena indução à base de Oxitocina. A partir daí rebentaram-me as águas e começou a festa à séria, teria sido bem mais doloroso mas levei logo epidural, coisa que também não me doeu muito (noutro post conto-vos os efeitos secundários que tive).
Toda a equipa que me ia acompanhando durante a tarde foi incansável comigo e com o pai da Maria (sempre ao meu lado desde o 1º min), faziam o que podiam para que a "coisa andasse" e tiveram imensa paciência! Ao longo da tarde experimentei a bola de Pilates, elas insistiram imenso, mas com a epidural eu só tinha sono, ainda dormi 2 sonecas grandes que me deixaram mesmo relaxada para o que aí vinha.
Às 19h30 finalmente recebo a notícia de que já estava nos 10 dedos, a médica pediu-me 30min para poder fazer outro parto que estava quase e que me viria logo buscar a seguir. E pronto, aí sim caiu-me a ficha, chorei que me desalmei e só pensava "e se eu não souber cuidar dela?" "e se eu não conseguir fazer força?"etc... ainda demorei um tempinho a acalmar-me e toda eu tremia da cabeça aos pés, não era frio não sei o que era, só tremia!
Às 20h (mais coisa menos coisa) dei entrada no bloco, ainda a tremer imeeeenso, as parteiras que estavam a assistir a minha médica GO tinham sido as que tinham estado comigo ao longo da tarde e ajudaram me imenso, agarraram-se logo a mim uma de cada lado até o pai chegar para assistir (tinha ido vestir a bela da bata). A partir daí até a Maria vir cá para fora foram uns 15/20 min. Ela já estava mesmo com a cabecinha à vista, mas mesmo assim a GO teve de recorrer a ventosa. A Maria nasceu com o cordão umbilical enrolado ao pescoço, vai daí que não chorou logo quando nasceu e começou o nosso pânico. Derivado à ventosa, ficou logo com um alto na cabeça, mas correu tudo bem, rapidamente desapareceu. E rapidamente reagiu aos pais :)
Se me doeu? Juro que não... a única coisa que sentia era uma grande pressão nas partes baixas, e a vontade de fazer força era imensa, o difícil é sem doer, saber fazer essa força no local certo. Ainda assustei o meu marido e a equipa médica quando uma das vezes estava a fazer força na cabeça só e já estava a ficar roxa.
A partir do momento em que a tive cá fora, já nada mais me interessou, não sei quando me tiraram o resto, não sei quando me deram os pontos, eu estava noutra, estava vidrada nesta pequenina :) e foi tão bom! Puseram-me logo junto ao peito, pele com pele, e ela estava tão calma, nem chorou! O momento mais difícil foi levarem-na de ao pé de mim para a vestirem, pesarem, darem as vacinas, etc... o meu marido estava lá com ela, e eu estava a ver, mas foi como me arrancarem um braço. Porque para mim ela é a extensão do meu corpo e da minha alma, e foi um grande impacto. Só descansei quando me a puseram novamente ao pé para irmos para o recobro. E começaram as lágrimas... chorei muito muitooooooo, de felicidade!!!
Um sonho tornado realidade, a nossa Maria cá fora!
Depois sim, venho vos falar do pós parto e da amamentação... os verdadeiros desafios ;)
Mas vamos ao parto!
Sempre tive muita confiança na minha médica, ela é um ser humano muito especial, que me passou total confiança para a hora H e sempre me tranquilizou para esse processo. Logo desde inicio, e também por ser seguida num hospital particular (e haver sempre o mito de que os médicos nos "empurram" para as cesarianas para lhes compensar mais monetariamente), sempre enfatizei a minha preferência por um parto normal ao invés de cesariana (claro está, a não ser que alguma coisa corresse mal e tivesse de ser), e saber que a médica defendia esse método também, deixou-me mais tranquila porque sabia que ia lutar comigo até ao fim, mesmo que a dilatação demorasse horas... e assim foi!
Na consulta das 39 semanas, já eu andava mega ansiosa para ter a Maria cá fora e super cansada da gravidez, já estava inchada e pesadota, eis que a médica ao fazer o toque me diz "já está com dilatação, quer ficar já cá internada ou vai para casa esperar pelas contracções e por mais um bocadinho de dilatação?" e eu comecei a rir de nervos lol juntamente com o meu marido, fomos mesmo surpreendidos! Só me lembro de perguntar: "como assim?". E lá decidi vir para casa, com calma esperar que a natureza fizesse o que tinha a fazer, sem saber eu que iria ser beeeem demorado! Para além do toque normal ela fez outro um pouco doloroso, para ver se acelerava um bocadinho o processo.
Chegando a casa o resto da tarde foi com contracções, nada de muito seguido, algo doloroso sim, mas aguentei ainda até ao dia seguinte de manhã. Tínhamos combinado, caso não entrasse de trabalho de parto mais cedo, que às 09h da manhã do dia seguinte daria entrada para o internamento. E assim foi, estávamos lá às 09h super felizes, e aí sim, comecei a ficar nervosa...
Dei entrada na chamada "sala de dilatação" às 10h e a partir daí foi um pulinho até me ligarem ao CTG, começarem com os "toques", mas como a dilatação tinha estagnado a meio da tarde nos 4 dedos, tive de ter uma pequena indução à base de Oxitocina. A partir daí rebentaram-me as águas e começou a festa à séria, teria sido bem mais doloroso mas levei logo epidural, coisa que também não me doeu muito (noutro post conto-vos os efeitos secundários que tive).
Toda a equipa que me ia acompanhando durante a tarde foi incansável comigo e com o pai da Maria (sempre ao meu lado desde o 1º min), faziam o que podiam para que a "coisa andasse" e tiveram imensa paciência! Ao longo da tarde experimentei a bola de Pilates, elas insistiram imenso, mas com a epidural eu só tinha sono, ainda dormi 2 sonecas grandes que me deixaram mesmo relaxada para o que aí vinha.
Às 19h30 finalmente recebo a notícia de que já estava nos 10 dedos, a médica pediu-me 30min para poder fazer outro parto que estava quase e que me viria logo buscar a seguir. E pronto, aí sim caiu-me a ficha, chorei que me desalmei e só pensava "e se eu não souber cuidar dela?" "e se eu não conseguir fazer força?"etc... ainda demorei um tempinho a acalmar-me e toda eu tremia da cabeça aos pés, não era frio não sei o que era, só tremia!
Às 20h (mais coisa menos coisa) dei entrada no bloco, ainda a tremer imeeeenso, as parteiras que estavam a assistir a minha médica GO tinham sido as que tinham estado comigo ao longo da tarde e ajudaram me imenso, agarraram-se logo a mim uma de cada lado até o pai chegar para assistir (tinha ido vestir a bela da bata). A partir daí até a Maria vir cá para fora foram uns 15/20 min. Ela já estava mesmo com a cabecinha à vista, mas mesmo assim a GO teve de recorrer a ventosa. A Maria nasceu com o cordão umbilical enrolado ao pescoço, vai daí que não chorou logo quando nasceu e começou o nosso pânico. Derivado à ventosa, ficou logo com um alto na cabeça, mas correu tudo bem, rapidamente desapareceu. E rapidamente reagiu aos pais :)
Se me doeu? Juro que não... a única coisa que sentia era uma grande pressão nas partes baixas, e a vontade de fazer força era imensa, o difícil é sem doer, saber fazer essa força no local certo. Ainda assustei o meu marido e a equipa médica quando uma das vezes estava a fazer força na cabeça só e já estava a ficar roxa.
A partir do momento em que a tive cá fora, já nada mais me interessou, não sei quando me tiraram o resto, não sei quando me deram os pontos, eu estava noutra, estava vidrada nesta pequenina :) e foi tão bom! Puseram-me logo junto ao peito, pele com pele, e ela estava tão calma, nem chorou! O momento mais difícil foi levarem-na de ao pé de mim para a vestirem, pesarem, darem as vacinas, etc... o meu marido estava lá com ela, e eu estava a ver, mas foi como me arrancarem um braço. Porque para mim ela é a extensão do meu corpo e da minha alma, e foi um grande impacto. Só descansei quando me a puseram novamente ao pé para irmos para o recobro. E começaram as lágrimas... chorei muito muitooooooo, de felicidade!!!
Um sonho tornado realidade, a nossa Maria cá fora!
